Adílio Da Ronch: Beato e Mártir

Adílio Da Ronch nasceu em Cachoeira do Sul, no dia vinte e cinco de outubro de mil novecentos e oito. Sua família era de imigrantes, seu pai era Pietro Da Ronch e sua mãe era Giuditta “Judite” Segabinazzi, ambos eram imigrantes italianos, extremamente católicos. Desde que nasceu Adílio foi ensinar a orar e a se dedicar a Deus. A família vivia num pequeno vilarejo que recebia a visita do padre Manuel Gomes Gonzales algumas vezes no mês, nessas idas ao vilarejo o padre celebrava a missa, sempre tendo ajuda da família Da Ronch, muitas vezes depois da celebração ele ia visitar a família em casa. O padre Manuel criou no vilarejo a escola para os meninos, e foi ali que Adílio fez seus estudos.

Adílio Da Ronch

Adílio Da Ronch

O tempo foi passando, Adílio foi crescendo e se interessando mais a se dedicar a igreja, o Padre Manuel decidiu montar um grupo de coroinhas a fim de que eles o ajudassem nas tarefas pastorais. Adílio prontamente aceitou a missão de ajudar o padre, e entrou para o grupo de coroinhas. As funções dos coroinhas além de ajudar durante a celebração da missa, no serviço do altar altar, era de acompanhar o padre Manuel em suas visitas a enfermos e doentes, levando a palavra do senhor. Muitas vezes essas visitas ocorriam em locais afastados, e eram pequenas viagens, que geralmente eles faziam montados em cavalos e burros, um pequeno sacrifício para espalharem a palavra do Deus que acreditavam, pois eles também iam para catequizar algumas comunidades. Adílio se tornou um companheiro fiel do padre para ir com ele nessas visitas.

No dia vinte e um de maio de mil novecentos e vinte e quatro padre Manuel e Adílio saíram para mais um dia comum de visitas. Primeiro se dirigiram para Alto Uruguai, e depois foram para a colonia de Três Passos, nesses locais visitaram e ajudaram os moradores. O próximo destino era Feijão Miúdo, mas antes mesmo de chegar no local haviam armado para eles uma emboscada. Acontece que o padre estava pregando uma religião que não era daquele local, e algumas pessoas não eram simpatizantes da mesma crença dele. No contexto histórico pode-se dizer também que nesses anos a igreja católica sofreu uma baixa em sua dominância, foi quando a sociedade passou a abrir mais a ideia para outras crenças, porém algumas pessoas extremistas decidiram em por fim na vida do Padre Manuel e de seu coroinha Adílio. Os “bandidos” arrastaram o padre e seu coroinha para dentro da mata, onde amarraram eles e os mataram violentamente, com tiros e pauladas. Adílio tinha apenas quinze anos.

Beatificação

Adílio foi proclamado venerável em dezesseis de novembro de dois mil e seis e beato em vinte e um de outubro de dois mil e sete, pelo papa Bento XVI. Ele e o padre Manuel se tornaram patronos da diocese Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul. O processo de beatificação na igreja católica ocorre depois da pessoa já ter se tornado venerável, e em consequência de beatificação pode ou não surgir a canonização. Um membro de alto escalão da igreja precisa abrir o processo de beatificação, nesse ponto irá analisar a história de vida do individuo, no caso de Adílio pode-se notar que como ele ainda era muito jovem e já se dedicava a igreja, não pode dizer que viveu em pecado sua vida. Adílio era um jovem de bom coração, analisa-se aqui as virtudes da sua vida, e se tudo estiver dentro dos padrões a pessoa se torna venerável.

A partir daí analisa-se se ele pode se tornar beato. Há duas formas de se tornar beato, se comprovado um milagre ocorrido por interseção a essa pessoas, ou se a pessoa tiver sido um mártir, ai dispensa-se a comprovação do milagre. Adílio foi um mártir, isso quer dizer que ele morreu por sua religião, e escolheu suas crenças sem renunciar. O título de mártir veio por ele estar numa missão junto do padre, e sua morte ter sido concretada devido a sua crença católica, assim ele foi elevado ao nível de beato da igreja católica. Adílio foi o primeiro gaúcho e também o primeiro coroinha a receber o titulo de beato.

A crença de quem alguém se tornou beato está ligado a ideia de que essa pessoa no pós morte se encontra no paraíso, e também que os cristãos podem orar em nome dessa pessoa e possivelmente receber bençãos dada por ela.


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Categoria(s) do artigo:
Santos

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