Xivaísmo

Podendo também ser grafado como Shivaísmo trata-se do culto organizado a terceira pessoa do hinduísmo, Xiva. Os seguidores do Xivaísmo acreditam que Xiva é o Ser Supremo que se encontra em tudo e que é tudo. Para os hindus Xiva é tanto o criador quanto o destruidor e aquele que revela tudo o que existe. A corrente xivaísta é a mais antiga das quatro seitas do Hinduísmo. Atualmente, o Xivaísmo é uma das principais correntes do hinduísmo com grande aceitação na Índia, Sri Lanka e Nepal bem como também em algumas regiões da Ásia como a Malásia e Singapura.

Xivaísmo

Xivaísmo

Os Xivaístas

Aqueles que seguem o xivaísmo são conhecidos também como Saivas, Saivarkal, Shaivites e Shaivas. Uma característica interessante em relação aos xivaístas é que esse grupo tem uma tendência maior ao ascetismo que outras seitas hindus. Isso significa que os xivaístas seguem uma doutrina de disciplina para chegar até Deus e realizam rituais em busca da purificação necessária.

Curiosidade – O Nome Xiva

Grafado em muitas partes do mundo Shiva o nome desse deus significa algo como auspicioso e amigável. Seria uma forma de tornar o deus mais próximo das pessoas que o adoram.

A Filosofia do Xivaísmo

No decorrer do tempo a filosofia xivaísta vem sendo transmitida através de três poemas O Vijñâmabaïrava, o Shivasutra e o Spendakarika. Esses poemas têm como objetivo transmitir a importância de Xiva bem como a filosofia que faz parte do seu cerne.

O Histórico do Xivaísmo

Historicamente é muito difícil determinar qual foi o começo do xivaísmo devido ao fato de que essa seita do hinduísmo implica numa unidade de tal maneira que não se pode perceber claramente a prática religiosa ou filosófica. Os estudiosos religiosos acreditam que as tradições xivaístas que conhecemos hoje tiveram início no período entre 200 a.C e 100 d.C.

Tanto em Mahabharata e como em Ramayana são feitas referências a Xiva e a Vishnu. O texto mais antigo de cunho filosófico que descreve a doutrina do Xivaísmo é o Śvetāśvatara Upanishad (400 – 200 a.C). A proposição é a de que Xiva é o ser supremo responsável por criar e destruir tudo o que existe assim como revelar o que não é visto.

As Diferentes Escolas do Xivaísmo

Dentro do Xivaísmo podemos encontrar subdivisões num sentido de abranger variações que acontecem de região para região. As diferentes escolas do Xivaísmo apresentam diferenças filosóficas importantes, em linhas gerais podemos dividir essas escolas em: dualista (bheda), não-dual-com-dualismo (bhedabheda) e não-dualista (abheda).

Xivaísmo Pashupata

Essa seita é a mais antiga do Xivaísmo, acredita-se que data de 4.000 a.C. Os primeiros integrantes dessa seita eram moradores de regiões como Caxemira, Gujarat e Nepal.

Xivaísmo Kashmir ou Xivaísmo de Caxemira

A codificação dessa seita do xivaísmo foi feita por Vasugupta (800 d.C) que consiste em ser uma escola “abheda”. Trata-se de uma seita com fundamentação monista que passou a ser conhecida como Pratyabhijna Darshana. Uma seita que acredita que a criação da alma assim como do mundo todo é o resultado da emissão de centelhas de Xiva quando este teve seu primeiro impulso dinâmico. Nessa crença Xiva adquire um aspecto abstrato.

Xivaísmo Siddhanta

Na crença monista do Rishi Tirumular (200 a.C) Xiva passa a ter um aspecto material e se acredita que a alma que foi por ele criada deverá em algum momento se fundir novamente ao seu criador. Existe uma variação dentro dessa corrente que acredita que embora Xiva seja a causa eficiente da criação da alma não é a causa material. Uma discordância.

Xivaísmo Siddha Siddhanta

O desenvolvimento dessa corrente foi feito por Rishi Gorakshanatha (950 d.C). Para essa crença monista chamada de bhedabheda Xiva seria tanto o responsável eficiente quanto material pela criação da alma. Em relação ao retorno da alma há a alegoria das bolhas que emergem e voltam para a água. Sendo assim as almas teriam emergido de Xiva e a ele retornariam.

Xivaísmo Lingayatismo

A popularização dessa corrente do Xivaísmo se deu através de Basavanna (1105 a 1167). Existe nessa seita a aceitação da diferença e da não-diferença que ocorre entre alma e Deus, seria mais ou menos como os raios são para o sol. Xiva nessa concepção seria uma força cósmica que formaria uma unidade.

Xivaísmo Advaita ou Xiva Vishishtadvaita

A formulação dessa corrente do xivaísmo foi feita por Srikantha (1050 d.C), para quem segue essa crença a alma seria uma espécie de unidade especial com Brahman, contudo, ainda divide com o Supremo Xiva todas as suas qualidades mais importantes. Houve a tentativa de tentar reduzir a união a uma identidade absoluta por parte de Appaya Dikshita (1554 a 1626).

Veneração de Xiva em Casa

Um ponto bastante interessante a respeito do Xivaísmo é que o seu culto é feito em grande parte em casa. Os participantes dessa seita têm em suas casas pedras naturais e instrumentos que são usados em cerimônias especiais para a oferta de oferendas que podem incluir tanto flores como alimentos. Também há veneração a Xiva nos templos e por meio da prática de Yoga que é na verdade uma forma de tentar encontrar o Xiva dentro de si mesmo.

A Cinza Sagrada

Um dos principais sinais do xivaísmo é a cinza sagrada que pode ser usada em qualquer parte do corpo, mas que geralmente é usada na testa.

O Smartismo e o Grupo de Divindades

A forma de hinduísmo que recebe o nome de Smartismo é aquela em que existe uma ênfase num grupo que é formado por cinco ou seis divindades e não apenas por uma. Esse culto de “cinco formas” se tornou popular através de Adi Shankara (788 a 820 d.C). Nessa tradição existe a procura por cinco divindades que são: Xiva, Ganesha, Devi, Surya e Vishnu.

A proposição de tal sistema foi feito por Śaṅkarācārya com especial interesse de fazer a unificação das seitas do hinduísmo por meio de divindades que fossem comuns. Nesse sistema existe a possibilidade de escolher uma das divindades para ter como a principal sem que para isso haja proibição de cultuar as demais. Todas as divindades seriam formas de Brahman que está em tudo.

Influências do Xivaismo

Essa corrente hinduísta deixou grande marca em algumas partes do mundo como no Camboja e na região sul do Vietnã. Na Índia o Xivaísmo teve grande relevância, no entanto, é apenas no Nepal que se trata da forma mais popular de hinduísmo.

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Categoria(s) do artigo:
Religiões

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