Xintoísmo

A religião é um dos assuntos mais complexos que existem na sociedade, hoje. Isso porque é uma relação que já ultrapassa milênios. Tendo um leque de mais de 3 mil seitas e doutrinas que se declaram religiosas, o mundo pode ser considerado, portanto, como essencialmente religioso. 

Desse leque, se destacam o Cristianismo, o Islamismo e o Hinduísmo, como sendo as três maiores religiões do planeta. Dessas, o Cristianismo ocupa o primeiro lugar, sendo a maior religião do mundo.

Angariando cerca de 2,2 bilhões de fiéis – ou 30% da população mundial- o cristianismo tem como sistema religioso o monoteísta, isto é, creditam tudo o que existe a apenas uma entidade divina, que, no caso é Deus. Assim também é com o Islamismo, segunda maior religião do planeta. 

Apesar de essas grandes religiões dominarem o cenário internacional, outras doutrinas experimentaram um crescimento muito grande com o passar dos anos, refletindo até mesmo nos tempos atuais.  E, uma delas é o Xintoísmo, que é o tema do nosso artigo de hoje. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre a religião, bem como algumas informações interessantes a respeito dela. Vamos lá? 

O Xintoísmo

Para início de conversa, Xintoísmo remete, originalmente, a um estado de espírito que, posteriormente, foi elevado a religião, a única que pode ser considerada, de forma genuína, de origem japonesa, pois ela originou-se quase que praticamente com a população da terra do Sol Nascente.

A religião xintoísta incorpora em suas práticas, o espiritismo que está presente em várias vertentes pré-históricas da ilha, sendo que tais vertentes poderiam tanto ser locais como regionais. Ela somente se institucionalizou com a chegada de outras vertentes ao território japonês, como o confucionismo, o budismo e o daoísmo, movimento este que se iniciou no século VI. 

As práticas xintoístas, no entanto, só foram descritas 3 séculos mais tarde, no século VII, e alguns trabalhos permaneceram até o século VIII. Vale salientar que, nesses documentos, não está descrito, claramente, o xintoísmo como uma religião, mas, sim, uma grande gama de práticas que estavam relacionadas com o espiritismo e as estações do ano, que era considerada coisas “mágicas”.

No geral, o Xintoísmo pode ser definido como uma religião que preza pelo culto à natureza, aos que já morreram e adota o sistema politeísta, isso é, adoram mais de uma figura divina, contrariamente ao cristianismo e o islamismo, que adotam o sistema monoteísta, como já dito anteriormente. A crença em Kami também é uma característica dos Xintoístas, que é uma essência – ou um espírito- que pode se revelar das mais diversas formas: desde da forma humana, animal e, até mesmo, em forças da natureza, tais como rios, montanhas, rochas, entre outros. Isso explica o contato íntimo dos Xintoístas com a natureza, e a sua devida valorização por parte deles.

Como já dito, por adotarem o sistema politeísta em sua religião, o Xintoísmo não possuem uma teologia central única, mas várias, que podem variar de templo para templo, local e regionalmente. Por falar em templos, neles podem-se encontrar vários artigos relacionados à religião, bem como a arquitetura e decoração, que exprimem bem a cultura xintoísta. 

Estima-se que o Xintoísmo angarie cerca de 120 milhões de seguidores apenas no Japão, com dados mostrando a doção da religião em outros lugares do planeta. Na Nova Zelândia, Nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Países Baixos e no Brasil existem templos dedicados ao xintoísmo, o que proporciona o lançamento global da religião, facilitado pelos templos existentes nesses países e pelas conversões de outras instituições ao xintoísmo.

Como já dito no início deste tópico, a consolidação do xintoísmo como uma religião só veio a acontecer no século IV, quando outras religiões adentraram no território japonês. Uma em especial, o budismo, causou dor de cabeça aos representantes do xintoísmo, isso porque, quando da chegada do budismo no Japão, logo os governantes e até mesmo o poder imperial se simpatizaram com a doutrina, que colaborou firmemente para a consolidação do poder imperial naquela região. Cogitou-se, até mesmo, a fusão do xintoísmo e do budismo em uma só doutrina; porém, com o comando do budismo, o que não aconteceu.

Com o passar dos séculos, o budismo foi impondo a sua influência sobre a religião xintoísta, que, apesar de ter perdido prestígio e um grande número de adeptos, não desapareceu. Para sobreviverem ao meio budista, os sacerdotes xintoístas tentavam encaixar elementos budistas no xintoísmo, algo que, relativamente, deu certo. 

Somente nos séculos XVI e XVII é que o xintoísmo começou, novamente, a despontar no horizonte. Nessa época, o nacionalismo tomou conta da população japonesa, que queria, a todo custo, amenizar a influência estrangeira em seus costumes e culturas, o que foi um prato cheio para o xintoísmo, que viu seu prestígio começar a se recuperar. Portanto, o budismo, antes religião imponente e influente, passara a ter segundo plano para os japoneses – mas não perdeu grande número de adeptos- tendo o xintoísmo ganhado, novamente, as rédeas de religião dominante.

A Moral dos Xintoístas

O xintoísmo enxerga o homem como um ser “puro” e “limpo”, e, por conta disso, pode ser considerado como um participante dos ideais de Kami. Os pecados e malefícios que eram cometidos pelos homens eram vistos como armadilhas de espíritos malignos que tentavam desvirtuar os fiéis de seu verdadeiro objetivo.

Na visão xintoísta, a vida só terá valido a pena se ela fosse vivida em sua plena pureza, e que, se um fiel não viver sua vida com os preceitos puros, podem ser “avisados” pelos espíritos Kami, que não estão satisfeitos da forma como o xintoísta conduz sua vida. Por conta disso, pode mandar mensagens por meio de acontecimentos cotidianos ou, até mesmo, usar de castigos para chamar a atenção do fiel. 

As forças do mal que podem atingir o homem, seja por meio do pecado ou de outros ou a falta de moral do fiel, faz com que o xintoísta pare de pertencer ao mundo onde a felicidade e a bondade reina, porém, com o direito do regresso, depois do reconhecimento dos erros e o seguinte arrependimento deles.

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Categoria(s) do artigo:
Religiões

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