Religião Umbanda

A religião é um dos assuntos mais polêmicos que existe, visto que existem várias delas pelo mundo afora (são contabilizadas cerca de 3 mil religiões pelo planeta). Dentre elas podemos destacar o cristianismo, religião esta que está presente em 31% da população do planeta (ou 2,2 bilhões de fiéis).

Depois do cristianismo, outras religiões também têm  sua legião de fiéis, e algumas tão numerosas quanto a do cristianismo, como o Islamismo, que é a segunda religião mais prestigiada do mundo, atrás somente da religião fundada por Jesus Cristo.

Paralelo a essas, as religiões dos povos africanos, sobretudo aquelas que se dispersaram pelo mundo graças às grandes navegações (responsáveis pelo aprisionamento e escravização dos nativos africanos) também têm a sua força, e, no Brasil, podemos ter uma clara noção disso. Nesse artigo, iremos discutir sobre a Umbanda, uma das muitas crenças que está no leque religioso da África. Além disso, vamos falar também sobre a influência dela na sociedade brasileira.

A Umbanda – Sua Origem

A Religião Umbanda teve início em anos recentes – no começo do século XX, mais precisamente no ano de 1907 (ou também no ano de 1908), quando um rapaz, prestes a entrar na Marinha, começou a ter alucinações e a falar coisas incompreensíveis.

Orientada por um médico, a família do rapaz, que estava desesperada com os ataques repentinos dele, o levou até um centro espírita, onde um suposto espírito reencarnou em seu corpo, dizendo ser um padre que foi morto na fogueira, por acusação de bruxaria em Lisboa, no longínquo ano de 1761 (época em que Portugal ainda era um império e o Brasil era sua colônia). O espírito também dizia que Deus lhe tinha dado mais uma chance para expor os seus conceitos sobre a religião.

Quando essa aparição aconteceu, o presidente da sessão espiritual tentou, em vão, encerrar a consulta, sendo duramente questionado pelo espírito, ao dizer que ele tinha feito isso por conta de suas origens raciais, sobretudo pela sua cor. 

No dia seguinte ao evento, autoridades do centro espírita foram procurar pelo rapaz, que se chamava Zélio, a fim de comprovar a veracidade dos fatos. O espírito novamente se reencarnou no corpo de Zélio, contando sobre as almas dos índios e escravos que sofreram nas mãos dos colonizadores.

Depois dessas declarações, o espírito disse que era essencial a prática da caridade por todos que se simpatizassem pelo espiritismo, dizendo que a raça, posição social ou, até mesmo, a cor não deveriam ser levados em conta, prevalecendo somente a igualdade humana. Além disso, ele dizia que suas falácias tinham base no evangelho de Jesus Cristo. Nisso também começou a ser difundido o nome Allabanda, que foi gradualmente substituído por Aumbanda, até se transformar em Umbanda, termo que é utilizado até hoje. 

A Umbanda Depois das Revelações de Zélio

Depois das revelações do espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas, que tomou posse do corpo de Zélio por alguns momentos nas consultas, os chamados “terreiros de Umbanda” se espalharam pela Bahia. O primeiro fundado se chamava Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. Na época, dezenas dessas tendas povoaram o território Bahiano. Mas, até a morte de Zélio, que ocorreu no ano de 1975, pouco mais de 10.000 tendas já estavam presentes no território brasileiro.

Os Princípios da Umbanda

Para começar, a Umbanda , assim como o Cristianismo, tem várias vertentes, nas quais podemos destacar a Umbanda Tradicional, Primado de Umbanda, Umbanda de Nação, Umbanda Astrológica, entre muitas outras.

Alguns estudiosos sugerem que a influência africana no desenvolvimento umbandista no Brasil foi apenas um percalço para explicar a sua chegada e posterior crescimento em território brasileiro. Tanto é que, depois de também ser frequentadas por brancos, foi criada uma divisão na religião, que dizia que a umbanda praticada por eles era a “Umbanda pura”, ou,  ainda, a “Umbanda Branca”, também tendo a alcunha de “Umbanda de Linha Branca”, onde era indicada, claramente, que a magia ali utilizada era branca (ou seja, para o bem). 

Já a umbanda praticada pelos negros, era a umbanda negra, portanto usava magia negra (ou seja, para o mal). Tal estigma foi quebrado ao reconhecer no povo africano os verdadeiros conhecedores da umbanda, pelo seu forte heroísmo e o seu passado sofredor.

Em todas as vertentes Umbandistas, são comuns as seguintes diretrizes:

– Uma doutrina monoteísta, ou seja, com a existência de apenas um Deus. O seu nome pode ser Zambi, Olorum ou Oxalá, sendo esse último nome o mais conhecido e usado.

– Uma crença fiel às divindades nela representadas, bem como nos orixás;

– Crença, também, nas diversas entidades ou guias espirituais;

– Crença de que a alma que nos pertence não morre, mas sim se eterniza perante os séculos;

– O ato de reencarnar-se também é bastante considerado nas vertentes umbandistas;

– Crença no poder do Carma;

– A Lei da Causa e Efeito, na qual, segundo a umbanda, o bem proclamado é pago com o bem, bem como o mal que é proclamado é pago com o mal. 

O Espaço Físico dos Terrenos Umbandistas

Para que as sessões umbandistas possam ocorrer, assim como a Igreja é importante para os católicos poderem celebrar suas missas, é importante um espaço próprio para a Umbanda. Os requisitos são os seguintes:

– Assentamento, ou seja, o terreiro onde irá ocorrer as sessões umbandistas;

– Peji ou Pegi, que é o altar onde os objetos utilizados na Umbanda permanecem;

– Porteira (também conhecido como tronqueira) como o próprio nome já diz, é o local por onde todos entram, querendo remeter, na verdade, à passagem que as pessoas fazem em cada sessão umbandista.

– Roncó, um local de acolhimento, fica numa área externa ao terreiro, mas é, de qualquer forma, anexada a ele. 

Gostou? Curta e Compartilhe!

Categoria(s) do artigo:
Religiões

Artigos Relacionados


Artigos populares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Time limit is exhausted. Please reload CAPTCHA.